Norma nº 025/2011 atualizada a 27/01/2014
Insulinoterapia na Diabetes Mellitus tipo 2
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- A insulina é considerada uma opção no tratamento da Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), em pessoas não grávidas, nas seguintes condições:
- doentes recém-diagnosticados marcadamente sintomáticos e/ou com glicemias elevadas (300–350 mg/dl) ou HbA1c (10-12%) (Nível de evidência C, Grau de recomendação IIa).
- quando a terapêutica não farmacológica associada aos ADO, não for suficiente para uma adequada compensação metabólica. (Nível de evidência C, Grau de recomendação I). (ver Norma nº 052/2011, Abordagem Terapêutica Farmacológica na Diabetes tipo 2).
- A terapêutica com insulina, em situações não sintomáticas, é iniciada com uma administração de insulina basal, de preferência ao deitar. (Nível de evidência C, Grau de recomendação I).
- A terapêutica com insulina basal é associada preferencialmente à terapêutica com antidiabéticos orais (ADO). Considera-se, com base em estudos de evidência que privilegiaram a relação custo/eficiência, em que o indicador foi a HbA1c, que o tipo de insulina a prescrever é a insulina isofânica (NPH) (Nível de evidência A, Grau de recomendação I), a qual deve ser individualizada e titulada para que os objetivos terapêuticos definidos sejam atingidos. (Nível de evidência C, Grau de recomendação I).
- A utilização de análogos de ação prolongada (lentos) de insulina é considerada uma alternativa nos casos indicados, por induzir uma modesta redução da hipoglicemia noturna, mas sem redução significativa da HbA1c (Nível de evidência C, Grau de recomendação I):
- pessoas com DM2 que, após o início da terapêutica com insulina isofânica, apresentem episódios recorrentes sintomáticos de hipoglicemia;
- pessoas com DM2 com níveis de incapacidade que impliquem a existência de um cuidador ou de um profissional de saúde e que necessitem de, pelo menos, duas administrações diárias de insulina isofânica e para quem a mudança para os análogos de ação prolongada de insulina reduza a frequência de duas para uma injeção diária. Se a insulina detemir tiver que ser administrada duas vezes por dia, não preenche este critério.
- Quando apesar de uma adequada titulação da dose de insulina basal diária não for possível atingir os objetivos terapêuticos definidos, a terapêutica insulínica é intensificada da seguinte forma (Nível de evidência C, Grau de recomendação IIa):
- aumento da insulina isofânica para duas administrações/dia;
- mudança para insulinas bifásicas (pré-mistura com insulinas humanas de ação curta e isofânica) a administrar duas a três vezes por dia, 15 a 30 minutos antes das refeições principais (pequeno almoço e jantar, ou pequeno almoço, almoço e jantar).
- É de considerar a utilização de insulinas bifásicas (pré-mistura com análogos rápidos) nos seguintes casos (Nível de evidência C, Grau de recomendação IIa):
- quando a pessoa com diabetes, devido ao seu estilo de vida, necessita administrar insulina imediatamente antes das refeições;
- se a frequência de hipoglicemia é elevada;
- se há hiperglicemia pós-prandial marcada.
- Quando, apesar da terapêutica com insulinas bifásicas, não se consegue atingir os objetivos terapêuticos definidos, deve considerar-se um esquema mais complexo tipo basal/bolus, com insulinas humanas de ação intermédia ou análogos de ação prolongada e insulinas humanas de ação curta ou análogos rápidos, antes das três refeições principais e, eventualmente, à merenda/lanche (Nível de evidência C, Grau de recomendação IIa).
- O algoritmo clínico/árvore de decisão referente à presente Norma encontra-se em Anexo. (ver pdf)
- As exceções à presente Norma são fundamentadas clinicamente, com registo no processo clínico.
- A presente Norma, atualizada com os contributos científicos recebidos durante a discussão pública, revoga a versão de 29/09/2011 e será atualizada sempre que a evolução da evidência científica assim o determine.
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