Na prescrição de um antipsicótico são obrigatoriamente tidos em conta os seguintes fatores:
Antes de se iniciar terapêutica com um antipsicótico o doente tem que realizar um eletrocardiograma sempre que:
No tratamento do primeiro surto ou episódio psicótico deve ser prescrito um fármaco antipsicótico por via oral.
Em doentes com o primeiro surto ou episódio psicótico ou em doentes sem qualquer tratamento anterior os medicamentos antipsicóticos iniciam-se nas doses mínimas previstas no Resumo das Características do Medicamento (RCM), titulando lentamente para as doses eficazes.
A medicação tem que ser monitorizada numa dosagem otimizada durante quatro a seis semanas.
No tratamento continuado com antipsicóticos tem que:
A prescrição de um antipsicótico em “SOS”, devido ao risco de impregnação, tem que ser utilizado durante o período mais curto possível.
Em doentes que não respondem adequadamente ao tratamento antipsicótico, tem que:
Não existe evidência que suporte a vantagem dos antipsicóticos de segunda geração sobre os antipsicóticos de primeira geração no tratamento do primeiro surto psicótico e no tratamento de manutenção da esquizofrenia ou de outras perturbações psicóticas.
A clozapina não é utilizada como tratamento de primeira linha, por razões de segurança hematológica.
A opção terapêutica dentro de cada classe da medicação antipsicotica deverá obedecer a critérios de efetividade (o que implica que certas escolhas devam ser justificadas sempre que se considerem ser a melhor alternativa para o doente i.e.: reações adversas e menor número de tomas possível. Caso contrário deve-se privilegiar a opção terapêutica de menor custo para igual eficácia, salvaguardando o cumprimento das orientações de boa prática clínica).
No tratamento da esquizofrenia resistente:
No tratamento de um episódio maníaco agudo, é eficaz o uso de antipsicóticos:
No tratamento da depressão bipolar é eficaz o uso de antipsicóticos:
No tratamento de manutenção da perturbação afetiva bipolar é eficaz o uso de antipsicóticos:
No tratamento do Delirium/estado confusional agudo o haloperidol é eficaz na diminuição da sua intensidade e duração, mas não na sua profilaxia.
Os antipsicóticos não devem ser utilizados no tratamento da dependência de álcool, nomeadamente na manutenção da abstinência e na prevenção de recaídas.
Os antipsicóticos de segunda geração podem ser utilizados nas síndromes demenciais com sintomas comportamentais e psicológicos graves, como psicose, agitação psicomotora ou agressividade. No entanto, a sua utilização está associada a aumento de risco de acidentes cerebrovasculares.
A risperidona pode ser utilizada no tratamento de curta duração, até 6 semanas, de síndromes demenciais de tipo Alzheimer moderados ou graves com agressividade persistente, que não respondam a abordagens não farmacológicas e quando exista risco de dano para o próprio ou outros.
A clozapina pode ser utilizada no tratamento de comportamentos suicidários, diminuindo a sua frequência em doentes com esquizofrenia.
As exceções à presente Norma são fundamentadas clinicamente, com registo no processo clínico.