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Norma nº 048/2011

Abordagem Terapêutica Farmacológica da Hipertrofia Benigna da Próstata

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  1. Antes de se iniciar qualquer prescrição farmacológica o médico avalia o quadro sintomático e a sua repercussão na qualidade de vida através de questionários estruturados, como sejam o International Prostatic Symptom Score (IPSS) e a Qualidade de Vida (QoL), que se enconta na presente Norma em Anexo III (Nível de evidência A, Grau de recomendação Ib).

  2. Na hipertrofia benigna da próstata (HBP) pouco sintomática ou moderadamente sintomática, antes de se iniciar o tratamento farmacológico, deve propor-se ao doente as seguintes alterações de estilo de vida, com registo no processo clínico (Nível de evidência A, Grau de recomendação Ib):

    1. redução da ingestão de líquidos de modo a prevenir a urgência miccional em ocasiões específicas inconvenientes, como sejam durante o período da noite, presença em eventos públicos, sem prejuízo de manter, no entanto, a recomendação de ingestão de 1,5 litros de líquidos por dia;
    2. redução ou eliminação da ingestão de café e álcool, uma vez que possuem efeito diurético e irritante vesical;
    3. efetuar a micção com técnicas de relaxamento perineal;
    4. efetuar a micção em 2 tempos;
    5. espremer a uretra no final da micção para evitar o gotejo terminal;
    6. realizar treino vesical, no sentido de adiar a micção até obter um volume miccional de 300-400 cc;
    7. técnicas de distração nos episódios de urgência.
  3. A intervenção farmacológica apenas tem indicação nos casos de hipertrofia benigna da próstata sintomática (Nível de evidência A, Grau de recomendação I).

  4. Doentes com sintomas ligeiros (International Prostatic Symptom Score < 8) e doentes com sintomas moderados a graves (International Prostatic Symptom Score ≥ 8) sem complicações, como sejam insuficiência renal, retenção urinária ou infeção recorrente, devem fazer apenas vigilância ativa sem necessidade de qualquer intervenção farmacológica (Nível de evidência A, Grau de recomendação I).

  5. A terapêutica farmacológica da hipertrofia benigna da próstata assenta em dois pilares fundamentais:

    1. alfabloqueantes, prescritos nos doentes com sintomas de grau moderado ou grave (Nível de evidência A, Grau de recomendação I);
    2. inibidores 5 alfa redutase (5ARIs), prescritos nos doentes com sintomas moderados a graves associados a próstata aumentada de volume (Nível de evidência A, Grau de recomendação Ib).
  6. Os anticolinérgicos só devem ser prescritos quando há queixas de sintomas do aparelho urinário inferior [Lower Urinary Tract Symptoms (LUTS)], com predomínio de sintomas de armazenagem (Nível de evidência B, Grau de recomendação Ib).

  7. Os anticolinérgicos são seguros e podem ser úteis no controlo de sintomas irritativos, desde que os doentes não apresentem obstrução significativa.

  8. O tratamento combinado de inibidor 5 alfa redutase e alfa bloqueante é proposto nos casos de sintomas moderados a graves do aparelho urinário inferior, com próstata aumentada de volume e fluxo máximo reduzido.

  9. O tratamento combinado de alfa bloqueante com anticolinérgico é proposto nos casos de de sintomas moderados a graves do aparelho urinário inferior, se a melhoria de sintomas é insuficiente com medicação isolada (Nível de evidência B, Grau de recomendação Ib).

  10. No tratamento farmacológico da hipertrofia benigna da próstata não há indicação para utilização de produtos de fitoterapia.

  11. O algoritmo clínico/árvore de decisão referente à presente Norma encontra-se em Anexo.

  12. As exceções à presente Norma são fundamentadas clinicamente, com registo no processo clínico.

fluxograma da norma
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