Norma nº 037/2012
Revascularização miocárdica: acompanhamento hospitalar e em Cuidados de Saúde Primários
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Na alta hospitalar de doente submetido a angioplastia coronária são elaborados (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I):
- nota de alta;
- relatório do procedimento de angioplastia, com identificação do operador;
- qualquer um dos documentos da alínea a) e b), deverão conter instruções explícitas pós-procedimento relativas a:
- medicação:
- natureza e duração aconselhada de dupla anti-agregação plaquetária (DAPT), habitualmente a combinação de ácido acetilsalicílico 100mg/dia e clopidogrel 75 mg/dia (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I);
- ß-bloqueante (carvedilol, metoprolol ou bisoprolol) (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I);
- estatina(Nível de Evidência A, Grau de Recomendação IIa);
- inibidor da enzima de conversão da angiotensina (se função ventricular deteriorada ou enfarte agudo do miocárdio) (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I).
- indicações gerais e estilo de vida;
- plano de seguimento clínico;
- marcação de consulta subsequente;
- indicação, caso se aplique, de reabilitação cardíaca;
- referência para o médico assistente.
Na alta hospitalar de doente submetido a cirurgia coronária são elaborados (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I):
- nota de alta;
- relatório operatório;
- qualquer um dos documentos da alínea a) e b), deverão conter instruções explícitas pós-operatório (PO) relativas a:
- gerais e estilo de vida:
- controlo de temperatura e medição regular da pressão arterial, durante o primeiro mês;
- atividade física de introdução progressiva “parando no degrau antes de se cansar”, durante o primeiro mês;
- evicção de carga sobre o esterno: proibição de conduzir no primeiro mês pós-operatório;
- permissão para esforços físicos mais exigentes (com carga esternal) aos dois meses;
- relações sexuais são permitidas logo que tolerado, mas sem carga sobre o esterno, até ao fim do primeiro mês.
- medicação e reconciliação terapêutica (tipicamente e na ausência de contra indicações), a saber:
- ß-bloqueante (carvedilol, metoprolol ou bisoprolol) (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação IIa);
- ácido acetilsalicílico 100 mg (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I);
- estatina (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação IIa);
- inibidor da enzima de conversão da angiotensina (se função ventricular deteriorada ou enfarte agudo do miocárdio) (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação IIa);.
- plano de seguimento clínico;
- indicação, caso se aplique, de reabilitação cardíaca;
- referência para consulta de cardiologia e para o médico assistente.
Plano de seguimento subsequente após angioplastia coronária percutânea (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I):
- no período de 30 dias após a data da angioplastia coronária é realizada:
- avaliação do local de punção, particularmente no caso da via femural;
- exames laboratoriais de rotina, incluindo hemograma e função renal.
- no caso dos doentes submetidos a angioplastia no contexto de síndrome coronário agudo, é realizada avaliação lipídica quatro a seis semanas após o início da terapêutica com estatinas, para avaliação do cumprimento dos objetivos terapêuticos e de potenciais efeitos acessórios;
- após o período de um ano, o seguimento deverá estar a cargo da medicina geral e familiar em regime ambulatório, com referência secundária a instituição hospitalar caso surja recorrência de sintomatologia anginosa.
Plano de seguimento subsequente após cirurgia coronária (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I):
- o plano de seguimento pós-operatório para o primeiro ano é o seguinte:
- primeira consulta hospitalar entre os dez e quinze dias de pós-operatório, com os seguintes objetivos:
- remoção de suturas;
- exame físico: avaliação de pressão arterial e pulso; auscultação cardíaca e pulmonar; inspeção das suturas.
- segunda consulta hospitalar aos trinta dias de pós-operatório, com os seguintes objetivos:
- avaliação global do estado de saúde, incluindo febre, cansaço, angina, queixas de insuficiência cardíaca, alterações de ritmo;
- instruções sobre estilo de vida, hábitos e medicação de “prevenção secundária”;
- entrega de relatórios de transferência com recomendação de contacto com médico de família e cardiologista;
- exame físico:
- avaliação de pressão arterial e pulso;
- auscultação cardíaca e pulmonar;
- inspeção de suturas.
- realização de radiografia simples de tórax, com a finalidade de excluir derrame pleural e avaliar a silhueta cardíaca;
- realização de eletrocardiograma, para avaliação de ritmo.
A árvore de decisão referente à presente Norma encontra-se em Anexo I.
As exceções à presente Norma são fundamentadas clinicamente, com registo no processo clínico.
A atual versão da presente Norma poderá ser atualizada de acordo com os comentários recebidos durante a discussão pública.
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