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Norma nº 039/2012

Tratamento Primário do Cancro Invasivo do Colo do Útero

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  1. O tratamento é alicerçado no estadiamento, segundo os critérios da FIGO, na avaliação das condições gerais e específicas de cada doente, com destaque para a sua vontade livremente expressa no consentimento informado (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I).

  2. O tratamento deve ser realizado em centro de referência da rede de referenciação oncológica (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I).

  3. O tratamento do carcinoma invasivo do colo do útero é decidido em reunião multidisciplinar de decisão terapêutica, com a presença de pelo menos um ginecologista oncológico, um oncologista médico e um radioterapeuta, exceto os tumores no estádio IA1 em peça de conização (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I).

  4. A reunião multidisciplinar de decisão terapêutica deve realizar-se no prazo máximo de 15 dias úteis após o conhecimento do diagnóstico histológico no serviço de referência (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I).

  5. O primeiro tratamento deve realizar-se até 20 dias úteis após a decisão terapêutica (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I).

  6. O tratamento adjuvante deve realizar-se até 40 dias úteis após a cirurgia (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I).

  7. Tratamento recomendado para o adenocarcinoma (AC) in situ (AIS) e carcinomas epidermóides (EP) no estádio IA1 sem invasão linfovascular e com condições cirúrgicas: a. Conização - quando a mulher pretende preservar a fertilidade (a 1ª ou 2ª peça de conização não pode ter lesões displásicas nas margens endocervical e laterais, e CIN 3 na margem exocervical (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I). b. Histerectomia total com ou sem anexectomia bilateral nos casos não contemplados no ponto anterior (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I).

  8. Tratamento recomendado para o AIS e EP no estádio IA1 sem invasão linfovascular e sem condições cirúrgicas – Braquiterapia (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I).

  9. Tratamento recomendado para o estádio IA1 com invasão linfovascular e estádio IA2 com condições cirúrgicas: a. Histerectomia radical modificada (Piver 2) com ou sem anexectomia bilateral e linfadenectomia pélvica (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I). b. Traquelectomia radical com linfadenectomia pélvica em mulher que pretende preservar a fertilidade (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I).

  10. Tratamento recomendado para o estádio IA1 com invasão linfovascular e estádio IA2 sem condições cirúrgicas – Radioterapia pélvica, com ou sem braquiterapia (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I).

  11. Tratamento recomendado para o estádio IB1 e IIA1 com condições cirúrgicas: a. Histerectomia Radical (Piver 3) com ou sem anexectomia, linfadenectomia pélvica e eventual biópsia seletiva dos gânglios para-aórticos (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I). b. Traquelectomia radical com linfadenectomia pélvica em doente com tumor no estádio IB1 com < 2 cm, que pretende preservar a fertilidade (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I).

  12. Tratamento adjuvante após cirurgia radical: a. Gânglios negativos, margens cirúrgicas vaginais e paramétrios livres e infiltração em profundidade < 2/3 do colo – Vigilância (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I). b. Gânglios negativos e presença de dois dos seguintes fatores de prognóstico: tumores > 4 cm, invasão linfo-vascular e infiltração > 2/3 da espessura do colo – Radioterapia pélvica, com ou sem braquiterapia (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I). c. Gânglios pélvicos metastizados e ou paramétrios invadidos e ou margens cirúrgicas positivas – radioquimioterapia pélvica, com ou sem braquiterapia (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I). d. Gânglios para-aórticos metastizados - radioquimioterapia pélvica e para-aórtica, com ou sem braquiterapia (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I). e. Margens cirúrgicas vaginais com <5mm – Braquiterapia (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I).

  13. Tratamento recomendado para os estádios IB1 e IIA1 sem condições cirúrgicas e sem metástases ganglionares para-aórticas - radioquimioterapia pélvica, com ou sem braquiterapia (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I).

  14. Tratamento recomendado para os estádios IB1 e IIA1 sem condições cirúrgicas e com metástases ganglionares para-aórticas - radioquimioterapia pélvica e para-aórtica, com ou sem braquiterapia (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I).

  15. Tratamento recomendado para os estadios IB2, IIA2, IIB, IIIA e IIIB sem metástases ganglionares para-aórticas - radioquimioterapia pélvica com ou sem braquiterapia (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação I).

  16. Tratamento recomendado para os estádios IB2, IIA2, IIB, IIIA e IIIB com metástases ganglionares para-aórticas - radioquimioterapia pélvica e para-aórtica com ou sem braquiterapia (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I).

  17. Sempre que houver gânglios para-aórticos suspeitos/positivos pode ser considerada a sua exérese por via extraperitoneal, antes de iniciar o tratamento com radioquimioterapia (radioterapia pélvica e para-aórtica), caso a TAC torácica não evidencie a existência de metástases (Nível de Evidência B, Grau de Recomendação I).

  18. Tratamento recomendado para os estádios IVA e IVB é individualizado (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I).

  19. As doentes que se apresentam com doença no estádio IVA central e com fístula vesicovaginal ou rectovaginal, sem sinais de doença fora da pelve, são candidatas à realização de exenteração pélvica como tratamento primário (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I).

  20. O algoritmo clínico/árvore de decisão referente à presente Norma encontra-se em Anexo.

  21. As exceções à presente Norma são fundamentadas clinicamente, com registo no processo clínico.

  22. A atual versão da presente Norma poderá ser atualizada de acordo com os comentários recebidos durante a discussão pública.

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